domingo, 29 de maio de 2011

Na Busca de Uma Inspiração

As inspirações que fecundavam as idéias na minha mente se foram.
Os textos que antes nasciam facilmente, agora morrem antes mesmo de se formar.
Os versos que corriam para as pontas dos dedos com êxtase, coagularam no âmago do meu coração.
A criatividade me abandonou em meio as trevas fundamentadas no tédio.
E eu ainda espero, com vis espectativas, que você me encontre de novo, para me trazer o néctar de luz.
Sim...
No silêncio ainda aguardo o meu anjo de inspiração.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Antes de Adormecer

Numa tarde de outono, perto de árvores com folhas alaranjadas, luto contra a vontade de te ligar.
Num cenário místico, no qual o sol se esconde entre as nuvens, fecho os olhos e vejo o seu sorriso.
Em meio a devaneios te procuro e te encontro, na minha frente a sorrir.
Mas quando tento te alcançar, sua imagem vira fumaça branca, evaporando na insanidade da minha imaginação.
E eu não quero, não posso te ligar.
Essa dependência não deveria acontecer, isso não está certo.
Mas eu preciso de um pedaço de você...
Não é saudade, não é melancolia, não é nostalgia... O que é isso?
De onde apareceu essa vontade louca de te encontrar?
Não posso mais suportar, todos os meus sentidos te chamam, está crescendo dentro de mim, preciso te ver.

E quando eu te ligar e ouvir sua voz do outro lado da linha, vou me envolver toda em delírio, sua voz grave, alegre, profunda, é o melhor som do mundo, é o que acalma as inquietações da minha mente.

Mesmo depois que você desligar, não sentirei mais tanta falta, sua voz ecoa nos labirintos do meu espírito e continua confortando o meu coração até eu adormecer...

E começo a sonhar com você.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

O Poente

Ainda não consegui encontrar
algo mais lindo que o poente
O reflexo da luz no mar
que todo mundo pensa que entende

Mas como é possível compreender
algo tão natural e tão belo?
Não entendo que quando olho pra você
consigo ver o mesmo brilho singelo

E é incrível como ninguém se importa
ninguém pára para olhar o que acontece todo dia
Todos saem apressados, mal trancam a porta
chegam cansados e esquecem coisas que eu não sabia

Ninguém liga para o poente
Ninguém se preocupa com o que está lá sempre
E nem mesmo você liga pra gente
Porque estamos juntos sempre

Mas será que se as pessoas parassem
e olhassem para o brilho na escuridão...
Será que se elas procurassem
nos encontrariam no meio da multidão?

Será que elas perceberiam
que também estão perdidas?
Será que elas conseguiriam
encontrar as luzes falidas?

E será que acabariam
com a Guerra e com o Terror?
Será que sentiriam
o que eu conheço como "Amor"?

Eu nunca vi algo tão belo
quanto o sol poente
E vejo o mesmo brilho singelo
quando penso na gente

O Mundo nos Teus Olhos

E os seus olhos me seguem de novo
Na escura noite de primavera
Na floresta até então coberta
Pela negra penumbra que apaga o fogo

E os seus olhos correm soltos
Na floresta esquecida pela eternidade
No lugar afastado da sociedade
Em que escrevo versos loucos

E o brilho dos seus olhos é como o luar
Um feixe de luz que ilumina o caminho
Indicando a estrada em que ando sozinho
Que me afasta da dor e me ensina a amar

São teus olhos que me trazem
A felicidade por eles tão procurada
Aquela felicidade por mim encontrada
Nos teus olhos adormecidos na margem

De um mar de rosas
Onde deitam as paixões
De onde nascem os botões
Das flores que são só nossas

terça-feira, 3 de maio de 2011

Conto de Fada

Faça de conta que a Terra é colorida
Pelos lápis de cor da Faber Castel
Faça de conta que a burguesia foi vendida
E que bebidas alcóolicas viraram mel

Faça de conta que a poluição foi substituída
Por nuvens altas e brancas
Faça de conta quea a Guerra foi vencida
Pela amizade e paz, irmãs santas

Faça de conta que não há mais ambição
Que os governantes viraram sapos
Esperando um beijo quebrar a maldição
Que estilhaça o mal em mil pedaços

Faça de conta que todas as crianças
Têm uma mãe para abraçar
Faça de conta que todas as distâncias
Aumentaram para a saudade chegar

Faça de conta que carros poluentes
Viraram unicórnios impotentes
E que os prédios decadentes
Se transformaram em vagalumes e duendes

E que as cidades são agora mágicas
Os lagos, cristalinos
Com criaturas lindas e fantásticas
Com enfeites natalinos

Faça de conta que amanhã será melhor
Do que a realidade que foi o dia anterior
Um conto de fadas que eu conheço de cor
Separa um mundo de carinho e outro de dor





Imagine there's no heaven
It's easy if you try
No hell below us
Above us only sky
Imagine all the people
Living for today
Imagine there's no countries
It isn't hard to do
Nothing to kill or die for
And no religion too
Imagine all the people
Living life in peace
You may say I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope someday you'll join us
And the world will be as one
Imagine no possessions
I wonder if you can
No need to greed, no hunger
A brotherhood of men
Imagine all the people
Sharing all the world
You may say I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope someday you'll join us
And the world will be as one
(Imagine) John Lennon

Guerra Paradoxal


Cachoeiras de lágrimas
Montanhas de defesa
Ataques de risadas
Numa guerra contra a tristeza

Bombas de flores
Estouro de beijos
Primavera de amores
Escravidão dos desejos

Miséria é prisioneira
Fica oculta em sua prisão
No mar, Amizade é pioneira
O comércio tenta dominá-la em vão

Raios de luz solares
Pulverizam ódio e dor
Na noite, luzes estelares
Anunciam a vitória do amor

Medalhas entregues em abraços
Para os vencedores, numa guerra de paz
Do horror não sobraram pedaços
Nesta guerra que não houve jamais

"Eu quero uma guerra de paz
Na humanidade que se afunda,
Quero o ódio em mil tumbas
Onde se lêem 'Aqui jaz...'

Quero metralhadoras de beijos
E bombas explodindo abraços
Quero bandeiras brancas no espaço
Anunciando a morte dos desejos

É essa... é essa a Santa Guerra
Onde se tomba de amor humanamente
É essa que planejo subversivamente
Aos irmãos que tenho aqui na Terra."
(O Inverso Cantado em Versos)